sábado, 3 de dezembro de 2011

                                              Árvore - O fruto do amor.



Olá, tenho dez anos, sou apenas uma arvore e minha historia vou lhes contar...
Nasci do fruto de um grande amor. Minha mãe era uma roseira, meu pai um ipê.
Eles viviam lado a lado, sempre juntos alegremente..., até que a morte os separaram.
Mamãe morreu de tristeza, pois um dia o jardineiro a levou pra longe do papai, colocou ela em um jardim perto do que ela estava, mas por menor que era a distancia ela não agüentou...
Dia após dia, meu pai via as pétalas lilás de minha mãe cair no vazio da solidão...
Após sua morte ele foi ficando, fraco, triste, se motivos ou vontade para viver, foi assim até ele morrer também...
Em seu ultimo suspiro, ele deixou cair uma pequena semente: Eu!
Depois da tragédia o lugar foi abandonado, esquecido... Fiquei só por vários meses, sem amor, sem carinho...
Um belo dia a tal de empresa de madeira apareceu lá.
Fiquei tão contente, pois eles reconstruíram o lugar, estava cheio de arvores, novos amigos ao meu lado.
Queria tanto que o papai e a mamãe estivessem vivos pra ver a coisa linda que estava esse lugar.
Aos meus sete anos descobri que eu era um ipê amarelo... Esse dia eu amanheci tão lindo, todo florido.
Com esses anos de convivência, me apaixonei por uma roseira, que vivia a meu lado.
Será que essa historia se repetiria? Será ironia do destino? – Pensava eu!
Certo dia eu me declarei a ela, meu Deus ela também me amava...
Foram muitos meses de amor, até que percebo algo... Essa tal de empresa de madeira, que me cuidou durante anos, que fez eu conhecer o amor da minha vida, tinha um propósito comigo. Eles queriam meu interior, queria minha vida para construir moveis!
Só nesse momento eu percebi que eu era uma madeira...
Minha amada roseira chorava litros de água doce, mas ao mesmo tempo era amarga de tanta dor que ela sentia... Ela não suportaria me perder.
Chegado o dia de meu fim, um homem apareceu com uma serra, para arrancar o que eu tinha de mais precioso, minha vida!
 Então ele a ligou e veio a minha direção, minha amada o espetava com seus espinhos para ele parar com isso, mas nada acontecia, ele estava decidido a acabar com nosso amor!
Quando ele ia me cortar, ele recebe um telefonema, sua mulher que estava grávida de oito meses acabara de falecer.
 Ela sabia sobre as árvores, sempre dizia para ele não fazer isso, mas ele nunca a escutou.
Imediatamente ele largou aquela serra e correu para o hospital!
Chegando lá o médico lhe entregou uma carta em que ela havia mandado dar a ele se ela morresse.
A carta dizia assim:
““... Meu amor se você estiver lendo essa carta é porque eu morri. Quero que você saiba que sempre lhe amarei, por toda a eternidade...
Tenho lhe dois pedidos, dois desejos finais.
Primeiro: Não destrua aquelas arvores, são vidas... Você esta triste pela minha morte, com elas é a mesma coisa, acredite ou não, mas a natureza é viva e sente tudo que fazemos a ela!
Lembra quando nos conhecemos? Você havia me dado flores, um lindo arranjo de ipês amarelos com rosas lilás, essa foi à coisa mais linda que alguém já fez por mim...
Prometa-me, diante a meu corpo sem vida, que ira conservar aquelas plantas, e também prometa que quando o ipê e a roseira florescerem, você ira apanhar umas flores e fará um lindo buquê com elas e levara a meu tumulo, igual quando nos conhecemos...
E a segunda coisa que quero que você faça, é dar o nome de Jasmim para nossa linda filha, pois é uma das flores mais encantadoras que já avistei... Peço-te que cuide e ame muito ela, o fruto de nosso amor.
  Sempre estarei com você, te amo muito amado meu... ””
O coitado perdeu o chão ao ler a carta deixada pela sua falecida mulher.
Após o enterro, ele veio até mim lá no jardim, eu estava certo que iria morrer.
Ele fez algo que me surpreendeu muito. O pobre homem me abraçou soluçando e me pediu perdão por tentar tirar a minha vida, ele dizia que agora entendia a dor de uma perda.
Senti suas lagrimas escorrerem por meu tronco...
Ainda abraçado a mim, ele jurou acabar com essa madeireira (que era ilegal), e jurou se dedicar a nos até seu ultimo dia de vida... Sua filha Jasmim, ficou no hospital por alguns dias, mas lago ela foi liberada...
Desde então, nos tornamos os melhores amigos. Estou muito feliz, pois vivo ao lado de meu amor, a roseira mais linda já existente.
Hoje passado três anos, amanheci todo florido e minha roseira também.
Como havia prometido, ele levou o buquê de flores para sua amada. A cena foi de cortar o coração, me disse um pássaro amigo.
Ao voltar para o jardim, ele se sentiu bem, contente por ter realizado o deseja de sua mulher!
Falando de Jasmim, ela esta aqui deitada sobre minha sombra, dormindo como um anjo... Ela se tornou a melhor amiga de minha roseira, aquela que amo tanto.
Em algum lugar, mamãe e papai estão muito contentes, em ver sua historia se repetir comigo. Digo com todas as letras, tenho orgulho de ser um ipê amarelo!
Bom pessoal hoje quando acordei, me deu essa vontade de lhes contar minha historia de vida.
Espero que tenham gostado!
Se às vezes tudo aparenta estar errado, sem solução, não se apavore, pois, é como eu sempre digo: Quando menos esperamos o destino nos prega uma peça, e por pior que ela tenha começado, lembre-se sempre que depois de uma noite sombria, sempre tem um lindo sol pronto para nos ilunimar durante nossas manhas...

Autor: Claudemir Ciol
                                                                   CASO 67


“São dez para meia noite.”
...
Olha lá uma mancha no cantinho...
Do lado criaram uma obra de arte.
A obra é bem expressiva, pintada a chão nu, com um simples giz branco, com apenas um contornado.
Não entendo o porquê de tanta correria, dos gritos e desesperos...
Só por causa dessa pintura?
Essa mancha chama a atenção... É tão intensa sua cor.
Todos estão falando: Era do apartamento 67! Parece que foi na janela!
Será que o autor mora lá?
Esses traços da pintura são de uma mulher.
Espera ele disse 67?
Esse é meu apartamentinho!
A pintura me parecia familiar... Ah que legal é da mamãe... Alguém a pintou no chão.
Ouço outra coisa... Ela se jogou, disse o policial.
Mas o que ele está fazendo aqui? Será que ele gosta de obras de arte?
Mas ele esta triste, acho que não gostou muito.
Meu papai chega agora, nossa ele esta chorando desesperadamente, estou com medo!
Olha a mamãe está descansado do outro lado da rua.
Oiiiii, mãe estou aqui! Já voltei!
Ela deve estar muito cansada, nem me responde!
...
Espera um pouco! Será?
Oh não, agora estou entendendo!
A mancha era sangue, sangue de minha mãe.
A janela... É isso foi ela quem se jogou.
Agora entendi a tristeza de todo, meu Deus, minha mãe não!
Paizinho me diz que é mentira... Diz-me que ela não esta morta, diga que ela esta apenas se repousando naquela calçada fria...
Mamãe fala comigo, eu te amo não me deixe!
Sou muito pequeno, preciso de você de seu amor...
Ela disse que iria se “suicidar”, não sei o que é, mas num teve tempo, ela morreu antes.
Pediu-me para ir buscar uma balinha no mercado... Nuca tinha me dado nada antes...
Não acredito me recuso a acreditar, que minha mãezinha morreu.
O sino anuncia a chegada da meia noite com suas leve badaladas que ecoavam pelo vazio da noite.
A cada batida, uma pontada de desespero, e a cada desespero uma lagrima, que corria ao rosto do jovem assustado...
Diante a lua cor de sangue, o pobre garoto ficou lamentando a morte da mãe que ele tanto amava aquela que ele nunca mais ira ver, ouvir, sentir, abraçar...
A obra de arte se transformou em dor.
Os olhos azuis do menino iluminavam o lugar cheio de tristeza, mas na verdade a cor que predominava no ambiente, era o vermelho, vermelho cor de sangue...


Autor: Claudemir Ciol.
                                                      SUPLICAS DE UM BONECO


Hey pare de fazer nada e olhe para mim!
Sim, é com você mesmo.
Hey estou aqui, por que não consegue me ver?
Ah já sei, você me vê sim, mas não quer enxergar...
...Enxergar o quanto te quero!
Chama-me! Fala-me o porquê...
Será paranóia minha? Será que estou enlouquecendo?
Meu Deus retira-me esses pensamentos impossíveis.
Lava minha “alma” de inocência e purifique-a com a paz.
Isso está me matando, a incerteza me corrói.
Meu coração de plástico esta ferido, e o único remédio para isso é você.
Mas pelo visto estou perdido, meu coração esta cada vez mais fraco, sem esperanças...
Não quero que termine assim minha historia!
Olhe pra mim, olhe meu sofrimento!
Isso não lhe comove?
Não se sente mexida? Talvez seja pelo fato de não teres um coração!
Sou um boneco de brinquedo.
Você uma boneca de porcelana!
Mas tenho sentimentos... Que coisa por que você não fala nada?
Minha pilha esta acabando, diga que me ama!
Não me resta muito tempo, sinto que estou parando...
Minhas luzem piscam cada vez mais lentas, meu som cada vez mais baixo...
Não estou conseguindo me mexer, vamos diga que me ama!
Estou-me indo, adeus doce porcelana tomara que um dia possamos nos encontrar, pois te ammmmm...
E assim, na calada da noite o boneco se desligou, morreu parado com a mão no coração, a frente de sua amada porcelana, aquela que nunca falou e nunca falara.
A cena é comovente, uma estrela cadente acabara de passar pela janela...
Um pedido foi feito, mas quem fez? Quem fez não importa!
É um milagre, uma luz pairou, sobre os dois bonecos, algo incrível!
Der repente os dois se levantam com um sopro de vida dado pela estrela...
E sob a luz da lua prateada, eles saíram vagando pela imensidão da noite, pare serem felizes eternamente...


Autor: Claudemir Ciol.

domingo, 27 de novembro de 2011

                                                                         AVISO          


Estou à beira do mar.
Em uma serena noite de lua prateada.
Ao meu lado esta você com um lindo sorriso...
Sussurro-te coisas no ouvido, e você se arrepia dos pés a cabeça.
Tudo estava perfeito, riamos, brincávamos, até parecíamos duas crianças no jardim de infância.
Eu dizia que te amava, e você me correspondia com um beijo, beijo aquele que me fazia levitar, sair fora de mim...
De repente uma enorme onda vem em nossa direção, e...
... Acordo. Acordei desesperado lhe procurando, mas não lhe acho em lugar algum.
Foi apenas um sonho, nada era real, o mar, a lua, o beijo, você...
 Sento na cama, resolvo olha a noite pela janela.
Vejo a lua prateado o mar meio inquieto, assim como no sonho.
Pensando bem, nem tudo foi ilusão, talvez isso seja um aviso.
Acho que o sonho aconteceu para mostrar que a realidade esta próxima, e que um dia ainda vou sentir aquele beijo que tanto me fez viajar...



Autor: Claudemir Ciol  
                                                                          A Duvida

Como passo viver com essa duvida?
Como posso dormir sem saber se um dia me desejaras?
Vontade é o que não me falta, de dizer tudo...
Medo? Sim, tenho muito.
Coragem? Talvez não!
Ah como eu queria colocar a culpa somente na distancia...
...Mas nesse caso ela não é a única vilã da historia!
Já tentei tentar lhe esquecer, mas não deu.
Será que um dia isso ira passar?
Acho que essa não é a pergunta correta.
Melhor seria perguntar, se eu quero que isso passe!
Talvez a resposta seja não...
Sei que tenho que criar coragem e encarar isso de frente, mas é complicado, confuso...
As indiretas não estão sendo suficientes para você me entender!
Quero uma certeza, para poder dormir em paz!
Caso me decepcione, o jeito será seguir, caminhando em frente, e tentar entender, por que esquecer será impossível! ...
                         
Autor: Claudemir Ciol
                                                                    DELÍRIO

Oi coração, como estas? Aqui quem fala, é a mente!
Ola mente, foi bom você ter aparecido, estou muito estranho.
É eu sei coração, sinto que algo esta errado, mas não sei o que é...
... Só sei que isso esta me deixando frustrado, e é por isso que estou aqui.
 Conte-me o que esta acontecendo com você!
Mente, na verdade não sei explicar, mas nunca senti algo assim, tão forte, intenso...
Coração às vezes eu percebo que você acelera, mas não compreendo o motivo.
Mente acho que estou doente...
 ... Essa doença às vezes me faz bem, porem, às vezes dói.
Coração essa sua doença esta me afetando, fico meio confuso sem saber em que pensar. Estou ficando com medo, será que é grave?
Oi... Ola... Com licença, posso entra na conversa?
Prazer eu sou a razão!
Coração eu acho que sei qual é sua doença, e mente, acho que eu também sei por que você está tão confusa...
Essa doença é incurável, se chama amor!
Você coração, dispara, acelera a mil, e você mente tenta acompanhar e entender o que se passa, mas nunca chega a uma conclusão concreta.
Tenho um conselho para os dois.
Vocês terão que trabalhar juntos, um terá que ser cúmplice do outro...
Mente tente ouvir mais o coração, e coração tente ouvir mais a mente...
Sei que isso ainda é novo para vocês.
Essa doença, “o tal de amor”, não tem cura e muito menos tem como fugir... Falarei-lhes uma coisa: quando vocês o dominar, irão perceber que ele é simples e complicado, doce e amargo, mas que no fundo é muito bom!
Não há motivos para temer essa é uma doença que todos passamos um dia...
Espero ter lhes ajudado, e se sentirem que ainda estão confusos, apenas deixe rolar, e nunca tente o entender, pois o amor é assim mesmo, algo inexplicável...

Autor: Claudemir Ciol.
                                                                 ADEUS!


                 Sempre quis ter o sol todo pra mim
                 Que ele brilhasse apenas em minhas manhãs
                  E que não tivesse o mesmo fim como o meu.
                  Sempre quis ver a chuva cair
                  Somente em meu quintal
                  E que com ela viesse todas as constelações.
                  Na matemática da vida nunca aprendi a dividir
                  Apenas a subtrair o que não era meu.
                  Às vezes achava que estava certo, que isso era certo!
                  Que eu era o dono da verdade e do mundo.
                  Mas de repente o “meu” sol parou de brilhar...
                  ... Junto com todas as estrelas
                  E nunca mais senti o cheiro de terra molhada aos domingos de manhã.
                  Hoje estou preso na minha solidão
                  Percebi que aquelas na qual eu tanto desprezei
                  Agora estão aqui, a beira da cama.
                  Nesses últimos dias comecei a relembrar-me do que havia feito de bom
                  Mas nada veio a mente
                  Somente o barulho da minha respiração cada vez mais lenta
                  E foi só pensar no que havia feito de ruim, que minha se perdeu na escuridão.
                  Realmente percebi que poderia ter feito tudo diferente
                  Afinal, não precisava passar por cima!
                  Agora é tarde pra voltar atrás
                  E diante a vocês, tenho duas coisas a dizer:
                  Perdoi-me... e
                  ADEUS
                                  ...........................................................................................





                               Autor: Claudemir Ciol