sábado, 3 de dezembro de 2011

                                                                   CASO 67


“São dez para meia noite.”
...
Olha lá uma mancha no cantinho...
Do lado criaram uma obra de arte.
A obra é bem expressiva, pintada a chão nu, com um simples giz branco, com apenas um contornado.
Não entendo o porquê de tanta correria, dos gritos e desesperos...
Só por causa dessa pintura?
Essa mancha chama a atenção... É tão intensa sua cor.
Todos estão falando: Era do apartamento 67! Parece que foi na janela!
Será que o autor mora lá?
Esses traços da pintura são de uma mulher.
Espera ele disse 67?
Esse é meu apartamentinho!
A pintura me parecia familiar... Ah que legal é da mamãe... Alguém a pintou no chão.
Ouço outra coisa... Ela se jogou, disse o policial.
Mas o que ele está fazendo aqui? Será que ele gosta de obras de arte?
Mas ele esta triste, acho que não gostou muito.
Meu papai chega agora, nossa ele esta chorando desesperadamente, estou com medo!
Olha a mamãe está descansado do outro lado da rua.
Oiiiii, mãe estou aqui! Já voltei!
Ela deve estar muito cansada, nem me responde!
...
Espera um pouco! Será?
Oh não, agora estou entendendo!
A mancha era sangue, sangue de minha mãe.
A janela... É isso foi ela quem se jogou.
Agora entendi a tristeza de todo, meu Deus, minha mãe não!
Paizinho me diz que é mentira... Diz-me que ela não esta morta, diga que ela esta apenas se repousando naquela calçada fria...
Mamãe fala comigo, eu te amo não me deixe!
Sou muito pequeno, preciso de você de seu amor...
Ela disse que iria se “suicidar”, não sei o que é, mas num teve tempo, ela morreu antes.
Pediu-me para ir buscar uma balinha no mercado... Nuca tinha me dado nada antes...
Não acredito me recuso a acreditar, que minha mãezinha morreu.
O sino anuncia a chegada da meia noite com suas leve badaladas que ecoavam pelo vazio da noite.
A cada batida, uma pontada de desespero, e a cada desespero uma lagrima, que corria ao rosto do jovem assustado...
Diante a lua cor de sangue, o pobre garoto ficou lamentando a morte da mãe que ele tanto amava aquela que ele nunca mais ira ver, ouvir, sentir, abraçar...
A obra de arte se transformou em dor.
Os olhos azuis do menino iluminavam o lugar cheio de tristeza, mas na verdade a cor que predominava no ambiente, era o vermelho, vermelho cor de sangue...


Autor: Claudemir Ciol.

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