domingo, 15 de janeiro de 2012


                                                                          SE...


Se amar é sofrer...
Sofrerei as dores desse amor que me consome ardentemente.
Se amar for chorar...
Então, chorarei rios de lagrimas para ver esse amor em mim desaguar.
Se amar for temer...
Quero temer, em teus braços, como um menino assustado.
Se amar for se isolar...
Mudo para outro planeta, só para lhe ter.
Se amar for sorrir...
Nossa, irei permanecer sorridente até nas horas inapropriadas.
Se amar for sonhar...
Todas as noites em ti eu pensarei antes de me deitar.
Se amar for musica...
Farei-lhe uma serenata, em noite de luar, para a lua ser cúmplice de nosso amor.
Se amar for morrer...
Eu pulo de um edifício, para cair na escuridão das sombras.
Mas se amar num for nada disso...
Então não sei mais de nada.
E se amar for simplesmente amar?
Bom, se for, venha até aqui e me faça sentir essa louca e tentadora sensação, quem sabe assim eu não consiga entender o que realmente é o amor...

 Autor: Claudemir Ciol.

                                                                 IRONIA




Um elefante botou ovo.
O cachorro faz “miau”
A galinha esta latindo.
E o gatinho fez “au au”.

Hoje fui subir lá em cima.
Pra depois descer pra baixo.
No caminho entrei pra dentro.
E escutei rugir um sapo.

O palhaço não tem graça.
E a cobra “deu no pé”
O saci quebrou duas pernas.
Curupira saiu de ré.

De manha plantei amora.
Mas no fim nasceu caju.
Terminou virando manga.
Quando vi era bambu.

Nossa vida é uma ironia.
Não tem hora nem lugar.
Em qualquer canto que olhamos.
Ela ali ira estar...


Autor: Claudemir Ciol


                                                                    Metáfora



Gosto do seu jeito, do seu sorriso.
Tudo em você me agrada...
Instantaneamente me apaixonei.
 Instantaneamente me fascinei...
Sei lá, você simplesmente me cativou!
Quase vou à loucura, só de pensa em você.
Quando ouço sua voz, perco o chão.
Tenho apenas uma coisa pra dizer.
Se iras me entender, não sei...
...
Apenas saiba que te amo.
Impossível negar meus sentimentos.
Amo calado, mas quem saiba um dia eu não possa gritar a todos, o quanto te quero...


Autor: Claudemir Ciol
                                                              DESOLAÇÃO


Estou perdido na estrada da vida.
Caminho de lá para cá, sem muita certeza de nada.
Todos os cantos que olho nada eu vejo.
Só escuto um som... Os de minhas lagrimas caindo no vazio da solidão.
Sinto-me como se eu tivesse nascido apenas para ocupar espaço no mundo.
Como é triste estar assim...
Quero ir embora, dessa cidade, quer dizer, desse país, não, é melhor mudar de planeta.
Quem sabe assim minha dor não passa!
Todos os caminhos que encontro sempre me levam para o mesmo destino...
... O destino da duvida.
Um dia quero lembrar de tudo isso e apenas sorrir...
Como eu queria dizer que isso vai passar... Que tudo no final vai dar certo...
Como uma palavra tão pequena pode causar tamanha complicação?
Será eu mereço isso?
Será que um dia vou me encontrar, na trilha da felicidade?
Será que também vou te encontrar lá?
Será que estarás me esperando de braços aberto, dizendo: Que bom que estais aqui!?
Não sei... Não sei de mais nada...
Enquanto não me acho, fico aqui, esperando...
Quem sabe tudo isso não seja um pesadelo, na qual logo vou despertar!
Mas se for real, vou continuar andando na estrada, talvez te encontre lá.
Se isso acontecer, vou ter a certeza de que não nasci apenas pra ocupar espaço, vou ter a absoluta certeza que tudo acontece com um propósito...
Depois disso iremos rir debaixo de uma enorme arvore, e enfim descansar na estrada que tanto esperava achar, e vou ser feliz, como sempre sonhei em ser...

Autor: Claudemir Ciol

sábado, 14 de janeiro de 2012

                                                           IARA, MÃE D’ÁGUA.

“Um anel, uma pedra, uma garota, um mistério e o mar”
“Todos os elementos conspiravam a favor de Iara, mãe d’água”

Certo dia uma jovem recebera um anel de sua avó.
Ela disse que se tratava de mãe d’água.
A pobrezinha não entendia, era tudo muito confuso para ela.
O anel era constituído de uma pequena pedra branca, branca como a neve, misteriosa como o mar.
Ela tinha seus encantos, porem às vezes isso assustava a garota, pois o anel parecia querer se comunicar...
 A jovem sempre andava com o anel, onde quer que ela fosse lá estava ele em seu dedo.
Passado um tempo...
Certa noite ela teve um sonho, que parecia não ter fim, um pesadelo na qual ela nunca teve.
A garota se via pairando no fundo do mar, algo ou alguém falava com ela. Mas o que ou quem era?
Nem ela sabia ao certo, mas tinha uma voz doce como mel, suave como uma brisa leve, macia como nuvens de algodão...
... Ao mesmo tempo a voz era forte, como uma onda em momento de euforia.
 Isso já estava a assustando.
Der repente seu anel começa a soltar um brilho ofuscante, um som baixo saia da pedra com um ar de melancolia. O barulho começa a aumentar e a luz brilhava mais intensamente. A voz que se ouvia ecoava na imensidão do mar: VENHA, VENHA.
Ela acorda com seus próprios gritos de desespero. A jovem sentia falta de ar, parecia que ela havia ficado há algum tempo sem respirar.
Ao olhar para o anel, uma surpresa: Ele estava cor verde-água, e só foi ela piscar seus olhos, que a cor voltara ao normal, branco.
Após isso foi impossível dormir novamente.
Quando amanheceu, a garota parecia não acreditar no que havia sonhado, estava meia “boba”.
Como de costume aos domingos, sua família foi ao mar, na parte da tarde.
Chegando perto do mar, a cada passo de aproximação o anel esquentava seu dedo.
Ao tocar seus pés na água, ela sentiu um horripilante calafrio anormal, algo inexplicável.
A voz do sonho vinha em seu pensamento: VENHA, VENHA.
Ela caminhava mar adentro, como se estivesse magnetizada pela água.
Quando a água chega a sua cintura ela para, parecia estar hipnotizada...
Der repente ela afunda com tudo, do nada... Estranho afinal ela estava no raso.
Ela sentia como se algo a puxasse e o desespero toma conta de seu corpo.
A garota só via bolhas e mais bolhas de água e não parava de ouvir a voz dizendo: VENHA!
Como ela nunca soube nadar muito bem, a coitada estava em estado de pânico, se debatia muito sobre as águas mornas.
Após alguns segundos de agonia, ela chega ao extremo fundo do mar, até conseguia respirar embaixo da água.
Ao seu lado aparece uma linda e encantadora mulher, com corpo bem marcado e com cabelos longos cor de mel.
Era a mulher do sonho, era Iara, mãe d’água!
Com sua doce voz, Iara começa a falar:
- Ola minha jovem, parabéns, você é a escolhida, a portadora do anel.
Vou lhe explicar: Durante séculos esse anel vem sendo passado de geração a geração.
A ultima foi sua avó!
Com receio a garota pergunta: - Mas, o que eu tenho a ver com tudo isso?
Iara então responde:
- Você será a próxima rainha do Reino das Águas Cristalinas.
Agora de me o anel!
Quando for a hora certa lhe chamarei em seus sonhos...
Ande logo, me de o anel!
A garota se negava a entregar o anel que sua avó havia lhe dado.
Num piscar de olhos a garota foi ”expulsa” do mar, ficando caída desmaiada na areia úmida.
Ao despertar a jovem olha primeiramente para sua mão, mas não avista o anel!
Será que isso foi real, ou foi apenas uma alucinação?...


Autor: Claudemir Ciol
                                                                          A espera



                                                            Somos sós eu e o relógio.
                                                            Nessa angustia de uma espera.
                                                            Quando mais eu penso alto.
                                                            Mais o tempo se aquieta.

                                                            Tic-tac bate as horas.
                                                            Tic-tac na espera.
                                                            Tic-tac venha logo.
                                                            Tic-tac vem depressa.

                                                            E são assim todos os dias.
                                                            Não importa o horário.
                                                            É de noite é de dia.
                                                            Não me rendo ao cansaço.

                                                           Tic-tac bate as horas.
                                                           Tic-tac na espera.
                                                           Tic-tac venha logo.
                                                           Por favor, venha depressa... 


                                                            Autor: Claudemir Ciol

sábado, 3 de dezembro de 2011

                                              Árvore - O fruto do amor.



Olá, tenho dez anos, sou apenas uma arvore e minha historia vou lhes contar...
Nasci do fruto de um grande amor. Minha mãe era uma roseira, meu pai um ipê.
Eles viviam lado a lado, sempre juntos alegremente..., até que a morte os separaram.
Mamãe morreu de tristeza, pois um dia o jardineiro a levou pra longe do papai, colocou ela em um jardim perto do que ela estava, mas por menor que era a distancia ela não agüentou...
Dia após dia, meu pai via as pétalas lilás de minha mãe cair no vazio da solidão...
Após sua morte ele foi ficando, fraco, triste, se motivos ou vontade para viver, foi assim até ele morrer também...
Em seu ultimo suspiro, ele deixou cair uma pequena semente: Eu!
Depois da tragédia o lugar foi abandonado, esquecido... Fiquei só por vários meses, sem amor, sem carinho...
Um belo dia a tal de empresa de madeira apareceu lá.
Fiquei tão contente, pois eles reconstruíram o lugar, estava cheio de arvores, novos amigos ao meu lado.
Queria tanto que o papai e a mamãe estivessem vivos pra ver a coisa linda que estava esse lugar.
Aos meus sete anos descobri que eu era um ipê amarelo... Esse dia eu amanheci tão lindo, todo florido.
Com esses anos de convivência, me apaixonei por uma roseira, que vivia a meu lado.
Será que essa historia se repetiria? Será ironia do destino? – Pensava eu!
Certo dia eu me declarei a ela, meu Deus ela também me amava...
Foram muitos meses de amor, até que percebo algo... Essa tal de empresa de madeira, que me cuidou durante anos, que fez eu conhecer o amor da minha vida, tinha um propósito comigo. Eles queriam meu interior, queria minha vida para construir moveis!
Só nesse momento eu percebi que eu era uma madeira...
Minha amada roseira chorava litros de água doce, mas ao mesmo tempo era amarga de tanta dor que ela sentia... Ela não suportaria me perder.
Chegado o dia de meu fim, um homem apareceu com uma serra, para arrancar o que eu tinha de mais precioso, minha vida!
 Então ele a ligou e veio a minha direção, minha amada o espetava com seus espinhos para ele parar com isso, mas nada acontecia, ele estava decidido a acabar com nosso amor!
Quando ele ia me cortar, ele recebe um telefonema, sua mulher que estava grávida de oito meses acabara de falecer.
 Ela sabia sobre as árvores, sempre dizia para ele não fazer isso, mas ele nunca a escutou.
Imediatamente ele largou aquela serra e correu para o hospital!
Chegando lá o médico lhe entregou uma carta em que ela havia mandado dar a ele se ela morresse.
A carta dizia assim:
““... Meu amor se você estiver lendo essa carta é porque eu morri. Quero que você saiba que sempre lhe amarei, por toda a eternidade...
Tenho lhe dois pedidos, dois desejos finais.
Primeiro: Não destrua aquelas arvores, são vidas... Você esta triste pela minha morte, com elas é a mesma coisa, acredite ou não, mas a natureza é viva e sente tudo que fazemos a ela!
Lembra quando nos conhecemos? Você havia me dado flores, um lindo arranjo de ipês amarelos com rosas lilás, essa foi à coisa mais linda que alguém já fez por mim...
Prometa-me, diante a meu corpo sem vida, que ira conservar aquelas plantas, e também prometa que quando o ipê e a roseira florescerem, você ira apanhar umas flores e fará um lindo buquê com elas e levara a meu tumulo, igual quando nos conhecemos...
E a segunda coisa que quero que você faça, é dar o nome de Jasmim para nossa linda filha, pois é uma das flores mais encantadoras que já avistei... Peço-te que cuide e ame muito ela, o fruto de nosso amor.
  Sempre estarei com você, te amo muito amado meu... ””
O coitado perdeu o chão ao ler a carta deixada pela sua falecida mulher.
Após o enterro, ele veio até mim lá no jardim, eu estava certo que iria morrer.
Ele fez algo que me surpreendeu muito. O pobre homem me abraçou soluçando e me pediu perdão por tentar tirar a minha vida, ele dizia que agora entendia a dor de uma perda.
Senti suas lagrimas escorrerem por meu tronco...
Ainda abraçado a mim, ele jurou acabar com essa madeireira (que era ilegal), e jurou se dedicar a nos até seu ultimo dia de vida... Sua filha Jasmim, ficou no hospital por alguns dias, mas lago ela foi liberada...
Desde então, nos tornamos os melhores amigos. Estou muito feliz, pois vivo ao lado de meu amor, a roseira mais linda já existente.
Hoje passado três anos, amanheci todo florido e minha roseira também.
Como havia prometido, ele levou o buquê de flores para sua amada. A cena foi de cortar o coração, me disse um pássaro amigo.
Ao voltar para o jardim, ele se sentiu bem, contente por ter realizado o deseja de sua mulher!
Falando de Jasmim, ela esta aqui deitada sobre minha sombra, dormindo como um anjo... Ela se tornou a melhor amiga de minha roseira, aquela que amo tanto.
Em algum lugar, mamãe e papai estão muito contentes, em ver sua historia se repetir comigo. Digo com todas as letras, tenho orgulho de ser um ipê amarelo!
Bom pessoal hoje quando acordei, me deu essa vontade de lhes contar minha historia de vida.
Espero que tenham gostado!
Se às vezes tudo aparenta estar errado, sem solução, não se apavore, pois, é como eu sempre digo: Quando menos esperamos o destino nos prega uma peça, e por pior que ela tenha começado, lembre-se sempre que depois de uma noite sombria, sempre tem um lindo sol pronto para nos ilunimar durante nossas manhas...

Autor: Claudemir Ciol